quarta-feira, 5 de junho de 2013

DIETA ORTOMOLECULAR

O que propõe

A dieta ortomolecular tem como principal objetivo desintoxicar o organismo e oferecer a ele tudo que está faltando, para prezar o equilíbrio nutricional e energético. Para isso é preciso que se consuma vitaminas, minerais e aminoácidos que, além de ajudar a manter esse equilíbrio, suprem algumas carências que podem ocorrer por conta do excesso de radicais livres como, por exemplo, os decorrentes do excesso de bebidas alcoólicas, de ingestão de gorduras, estresse, poluição ambiental etc. “Mas não existe um cardápio específico, cada paciente recebe uma orientação de acordo com as suas necessidades, que são identificadas a partir de exames físicos e laboratoriais”, explica a nutricionista Letícia Crespo, de Niterói (RJ).


A alimentação da dieta ortomolecular é rigorosamente balanceada e prioriza alimentos classificados como antioxidantes como, por exemplo, soja em grão, gérmen de trigo, levedo de cerveja, linhaça, grão de bico, avelã, castanha-do-pará, amêndoa, aveia, alimentos ricos em magnésio (nozes, cereais e legumes), selênio (frutos do mar, carne vermelha, peixes e cereais) e zinco (idem selênio). E como não podia deixar de ser alimentos frescos como verduras e frutas, as mais viçosas – aquelas murchas ou muito maduras já não contêm tantos nutrientes que nosso organismo precisa – que são principais fontes de vitaminas A, E e C. Se for possível, os alimentos devem ser orgânicos.
As proteínas mais indicadas são as com baixo teor de gordura como aves, peixes e clara de ovo (de preferência os ovos caipiras), frango resfriado ou caipira abatido na hora, peixes (anchova, badejo, salmão, linguado, bonito ou truta). A carne vermelha magra e resfriada, como o filé mignon por exemplo, nos oferece os aminoácidos que precisamos para manter a integridade do tecido muscular e impulsionar algumas funções vitais do organismo. Os carboidratos integrais (aveia, centeio, arroz enriquecido com cereais; granola e as versões integrais de arroz, macarrão, torrada e biscoito) proporcionam energia.
Tomar muita água durante o dia também auxilia todos esses mecanismos. “Para saber o quanto tomar, basta fazer uma relação corpórea de 35ml por quilo de peso. Assim, uma pessoa com 55kg deverá ingerir 1.925ml de líquido por dia. Esse consumo é importante para o trabalho dos rins, do pulmão e do fígado”, destaca a nutricionista. “A saúde geral do organismo, além de vitalidade e energia, são os principais benefícios adquiridos nesta dieta. Como conseqüência o corpo fica mais magro, os cabelos bonitos e brilhantes, as unhas fortes, a pele mais viçosa, a libido mais intensa e ocorre também um escudo contra o envelhecimento, que tarda a chegar. A melhora na função intestinal também é nítida, o que favorece o aumento da produção da serotonina, hormônio do bem estar”, resume a especialista.

Como é feita

Para garantir o equilíbrio do organismo é preciso adotar, antes de qualquer outra coisa, o uso mínimo de produtos industrializados, onde se exclui sucos de caixinha, caldos de carne, molhos prontos, leite de vaca, manteiga, margarina e adoçante (esse último liberado apenas para os diabéticos). A segunda meta é o consumo máximo de verduras e frutas, sempre frescas. “Temos nesses dois itens de mínimo e máximo a idéia central do cardápio ortomolecular. Na prática significa: ‘sujar’ pouco o organismo e limpar muito”, resume Letícia Crespo, lembrando que a pessoa deve se alimentar em intervalos de duas à, no máximo, quatro horas.
No café da manhã o objetivo é fornecer energia para o corpo, portanto entram em cena os carboidratos integrais que podem ser torrada integral, pão de forma integral (de preferência torrado), cookie integral de castanha-do-pará ou de aveia; granola. Para acompanhar, frutas como banana, abacaxi ou melão e ainda leite de soja, iogurte ou coalhada.
No almoço, arroz integral ou arroz enriquecido com cereais, batata baroa (mandioquinha) ou mandioca cozida – vale caprichar nos grãos do tipo soja ou grão de bico. Legumes frescos, e se possível orgânicos, feitos no vapor ou com pouco cozimento (para manter seus nutrientes). Peixe (linguado, truta, salmão), frango orgânico ou até uma carne vermelha como filé mignon grelhada, cozida ou assada também são benvindos. E como sobremesa, frutas: laranja, tangerina, abacaxi ou morango.
No lanche da tarde, de novo, é importante algum carboidrato integral (principalmente se um tempo depois a pessoa for praticar exercícios físicos) que deve ser acompanhado de suco de fruta natural ou de leite de soja com uma fruta. O ideal é acrescentar folhas verdes (couve, hortelã ou alface) aos sucos, pois essa combinação diminui o índice glicêmico da bebida, o que favorece a ingestão até por diabéticos.
“No jantar é bom que a refeição seja leve e de fácil digestão como uma sopa de legumes ou legumes cozidos com uma proteína como peixe, frango ou soja, e mais uma verdura “ao dente”, para não sobrecarregar os sistemas digestivo, circulatório e cardíaco. Sem contar que evitar exageros antes de dormir reduz a possibilidade de azia, distensão abdominal (sensação de barriga inchada), cefaléia, insônia, picos de pressão e até mesmo a apneia do sono.
A ceia, para quem ainda fica acordado de 2 a 4 horas depois do jantar, é necessária, mas basta um lanchinho bem leve como um chá com castanhas-do-pará, fruta com levedo de cerveja ou linhaça ou ainda um copo pequeno de leite de soja.



Promessa

É possível enxugar até 1 kg por semana, em média.

Contraindicação

Por se tratar de uma dieta que preza um estilo alimentar extremamente saudável, não há restrições.
No caso da dieta ortomolecular, as contra-indicações são em relação a como consumir os alimentos. Portanto, para garantir todos os benefícios mencionados, preste atenção a essas dicas:
  • Não cozinhar demais os alimentos, principalmente os vegetais
  • Não deixar os alimentos na geladeira por mais de três dias
  • Variar os alimentos alternando tipos diferentes a cada dia
  • Praticar atividade física
  • Fazer exames regularmente
  • Não se alimentar em intervalos muito curtos e não comer grandes quantidades de uma só vez
  • Não tomar líquido durante as refeições
  • Não comer com pressa e não pular refeições

Eu fiz

“A dieta ortomolecular é uma reeducação alimentar, que como qualquer outra, não é fácil. Mas o que achei tranquilo foi o consumo de frutas entre as refeições, já que é fácil de levar para a rua. Seguir os horários estabelecidos e prezar o intervalo entre as refeições também não foi tão fácil, principalmente por conta dessa correria que a gente vive. Outro aspecto difícil para mim foi o café da manhã, refeição que eu nunca fazia, não tinha o hábito de me alimentar tão cedo e com tantos itens como pão, iogurte, castanhas, frutas. Hoje, já estou acostumada e tenho muito mais energia para trabalhar do que antes. Sempre comi pão francês, de farinha branca, agora só como pão integral, com isso o meu intestino passou a funcionar melhor. Agora não consigo ter outro tipo de alimentação. Às vezes sinto vontade de comer algo que não faz parte da dieta, mas procuro não ceder à tentação, já que o desejo de ter um estilo de vida saudável é maior. Aprendi que tudo é uma questão de equilíbrio. E assim perdi 3 kg em um mês.”
Angelica Penedo, 33 anos, professora de Niterói (RJ)

FONTE: REVISTA BOA FORMA

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